sexta-feira, 20 de julho de 2012

Função Poética

Bom-dia, meus caros,

Depois de quatro meses sem postar nada, gostaria de postar uma poesia do grande Vinícius de Moraes. Meu aniversário está chegando, dia 22, e por isso resolvi restabelecer contato com meu blog, sem muito conteúdo prático, mas com muita poesia, que afinal de contas não podemos viver sem ela.

O verbo no infinito




Ser criado, gerar-se, transformar

O amor em carne e a carne em amor; nascer

Respirar, e chorar, e adormecer

E se nutrir para poder chorar



Para poder nutrir-se; e despertar

Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir

E começar a amar e então sorrir

E então sorrir para poder chorar.



E crescer, e saber, e ser, e haver

E perder, e sofrer, e ter horror

De ser e amar, e se sentir maldito



E esquecer de tudo ao vir um novo amor

E viver esse amor até morrer

E ir conjugar o verbo no infinito...
 
Mas claro que podemos aproveitar a oportunidade e lembrar que um linguísta reconhecido, Roman Jakobson, estudou as funções da linguagem, que são seis: Referencial, que busca transmitir informações objetivas sobre a mensagem; Emotiva, em que o emissor foca as próprias emoções, focadas no "eu"; Conativa, que tem a função de persuadir o leitor, seduzindo-o, influenciando-o; Fática, que busca estabelecer contato, como "tudo bem?"; Metalinguística, em que a mensagem se volta para si mesma, como um verbete de dicionário e a Poética, que ocorre na poesia acima, cujo objetivo é despertar no leitor o prazer estético e a surpresa.
 
Então agora nessas férias (para quem está de férias, isso não se encaixa para quem está estudando para concurso), desfrutem desse prazer poético e surpreendam-se!!!
 
Abraços!